Compromissos do técnico com o Al Hilal na Champions da Ásia e na liga saudita exigem prudência nas negociações, enquanto entidade observa o mercado. Cláusula de rescisão diminui com o tempo.
Jorge Jesus durante o jogo do Al-Hilal pelo Campeonato Saudita nesta sexta-feira — Foto: Divulgação / Al-Hilal
A postura da CBF em relação à busca por um novo técnico para a Seleção Brasileira tem sido de cautela e paciência, especialmente no que diz respeito ao nome de Jorge Jesus. A diretoria entende que as conversas tendem a se estender pelo menos até maio.
O treinador do Al Hilal aparece como forte candidato, mas o cenário exige tempo. Seja pelo calendário apertado do clube saudita ou pela previsão de queda no valor da multa contratual, um acerto imediato está fora dos planos. Paralelamente, outros nomes continuam sendo analisados nos bastidores. A sinalização positiva de Jorge Jesus ao abrir mão do Mundial de Clubes fez com que ele ganhasse força na disputa com Carlo Ancelotti, mas ainda há pontos sensíveis a resolver, como os prazos e a forma de abordagem junto ao Al Hilal. Romper o vínculo de forma abrupta não está nos planos, e há o cuidado de não criar atritos com o clube árabe.
No momento, a estratégia é reduzir a pressão pública e usar o tempo a favor. Oficialmente, a CBF mantém o discurso de que não há negociações em andamento com nenhum treinador. A expectativa é que Jorge Jesus também adote esse tom, caso seja questionado sobre o tema na entrevista coletiva desta sexta-feira, após o clássico contra o Al Nassr. O técnico português, por sua vez, já deixou claro que só discutirá saída após a disputa da Champions League Asiática, marcada para acontecer em Riad entre os dias 25 de abril e 3 de maio. Mesmo assim, só haverá avanço se o Al Hilal não estiver mais na briga pelo título saudita — hoje o time está a quatro pontos do Al Ittihad, com nove rodadas restantes.
Resumidamente, se o clube ainda estiver na disputa pelo bicampeonato nacional, a CBF terá que esperar até o encerramento da liga, no dia 25 de maio. Caso contrário, pode acelerar o processo de rescisão. Isso impacta diretamente o planejamento da Seleção para a próxima Data Fifa. A lista de convocados precisa ser enviada até 18 de maio, e os jogadores se apresentam em 2 de junho. O Brasil enfrentará o Equador, fora de casa, no dia 5, e o Paraguai no dia 10 — ainda sem local definido.
Enquanto esse cenário permanece indefinido, outros nomes como Abel Ferreira e José Mourinho também são monitorados, mas ambos esbarram em contratos mais longos: o técnico do Palmeiras está vinculado até dezembro de 2025, e o português do Fenerbahçe até junho de 2026.
Multa contratual de Jorge Jesus cai significativamente em maio
A CBF já tem em mãos os detalhes da cláusula de rescisão de Jorge Jesus com o Al Hilal. O contrato do treinador vai até 30 de junho, com possibilidade de extensão automática caso o clube siga vivo no Mundial de Clubes. A multa, no entanto, é decrescente conforme o fim do vínculo se aproxima.
Segundo o jornal português A Bola, no final de março o valor girava em torno de 5 milhões de euros (cerca de R$ 31 milhões). Informações apuradas pelo ge indicam que, a partir de maio, esse montante cai para menos de 3 milhões de euros (R$ 18 milhões). Com isso, o aspecto financeiro não deve ser um obstáculo caso a CBF opte por aguardar o desfecho do calendário saudita.
Fonte: Jogo de Hoje 360