Presidente da CBF diz que liberação informal do clube espanhol há cerca de três semanas permitiu avanço nas negociações com o treinador italiano: “Não íamos esperar liberação”
Carlo Ancelotti em Real Madrid x Mallorca — Foto: Angel Martinez/Getty Images
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, afirmou que a possibilidade de contratar Carlo Ancelotti ganhou força há cerca de 20 dias, quando o Real Madrid autorizou conversas iniciais com o treinador. Mesmo com mais um ano de vínculo com o clube espanhol, o técnico recebeu sinal positivo para dialogar com a entidade brasileira.
Segundo Ednaldo, o interesse em Ancelotti é antigo. A primeira abordagem, realizada meses atrás, não avançou. Desta vez, no entanto, a luz verde do Real somada à chance de contar com o comandante já na próxima Data Fifa das Eliminatórias – em junho – permitiu que o acordo fosse concretizado. O anúncio foi feito nesta segunda-feira.
— (O Real liberou) para poder falar e verificar. Depois os detalhes foram em relação ao tempo que ele poderia deixar o Real. Porque se ele avança até o Mundial de Clubes era uma situação que não dava. A CBF não ia esperar a liberação — afirmou Ednaldo em entrevista ao UOL.
O dirigente também confirmou que quatro membros da atual comissão técnica de Ancelotti o acompanharão no novo desafio. A equipe, no entanto, pode incluir também profissionais brasileiros. Ednaldo ainda destacou que o treinador vai residir no Rio de Janeiro.
— Do contrato que vejo as pessoas falando e chutando, a única que acertou é que vai morar no Brasil e no Rio de Janeiro. O restante não tem um que bate. Se fosse uma prova de múltipla escolha a pessoa ia perder todas as alternativas.
A apresentação oficial do novo técnico da Seleção Brasileira está marcada para 26 de maio. Na ocasião, Ancelotti divulgará sua primeira lista de convocados para os confrontos diante do Equador e do Paraguai, válidos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Enquanto isso, Ednaldo segue enfrentando uma disputa nos bastidores. Um processo judicial movido por opositores questiona a legitimidade de sua permanência no cargo, com base em uma suposta falsificação da assinatura do ex-presidente Coronel Nunes em um documento de janeiro que viabilizou a eleição que o reconduziu à presidência.
O pedido de afastamento ainda aguarda julgamento no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Apesar da pressão, o dirigente diz manter a serenidade:
— Sou resiliente. Quando há situação desse tipo, em que há inverdades, eu trabalho, eu continuo trabalhando. Dedico meu tempo ao trabalho. Quando trabalha, não fica procurando uma comoção de me sentir coitadinho. Sei como lidar com isso. Quanto às questões jurídicas, a CBF tem advogados de qualidade e eles trabalham para que situações injustas não possam acontecer.
Ednaldo está no Paraguai, onde acontece nesta quinta-feira o Congresso da Fifa. Nos últimos dias, tem se reunido com representantes de federações e dirigentes internacionais em busca de apoio político para enfrentar a turbulência.
Fonte: Jogo de Hoje 360