Diretoria alviverde prefere cautela durante processo que deve eleger Samir Xaud; clubes pressionam por Fair Play financeiro e mais voz na entidade
Leila Pereira em Palmeiras x Corinthians — Foto: Fabio Giannelli/AGIF
Em meio à mobilização de boa parte dos clubes das Séries A e B por mudanças profundas na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Palmeiras optou por não assinar o manifesto divulgado nesta segunda-feira pela Liga Forte União (LFU). O documento reúne oito propostas voltadas à modernização da gestão da entidade e à criação de uma liga nacional de clubes, incluindo a implementação de regras mais rígidas de Fair Play financeiro.
Apesar da pressão coletiva, a diretoria do clube paulista decidiu não aderir à iniciativa, posicionamento que vai na contramão da maioria. A presidente Leila Pereira é declaradamente favorável à candidatura de Samir Xaud, que deverá ser confirmado como novo presidente da CBF nos próximos dias. Internamente, o entendimento no Palmeiras é de que não é o momento para cobranças públicas, mas sim para garantir estabilidade institucional para que o futuro mandatário inicie seu trabalho com tranquilidade.
A ausência da assinatura palmeirense foi inicialmente noticiada pelo portal “UOL” e depois confirmada por outros veículos especializados, como o ge. No colégio eleitoral da CBF, formado pelos 40 clubes das duas principais divisões do futebol brasileiro, 29 demonstraram apoio a Reinaldo Carneiro Bastos, cuja chapa acabou não sendo registrada. Samir Xaud, por sua vez, obteve a adesão de 10 clubes, além do apoio de 25 das 27 federações estaduais – o que, dentro da estrutura de votação da CBF, o coloca em clara vantagem.
A carta elaborada pela LFU e chancelada por boa parte dos clubes apresenta as seguintes demandas:
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Reformulação do sistema eleitoral da CBF, principalmente no que diz respeito ao peso dos votos;
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Participação obrigatória dos clubes em todas as Assembleias Gerais;
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Criação oficial da Liga e reconhecimento dos clubes como detentores dos direitos comerciais das Séries A e B;
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Mudanças na governança, com maior autonomia para a Comissão Nacional de Clubes;
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Profissionalização da arbitragem, com dedicação exclusiva dos árbitros da elite e investimentos em capacitação;
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Participação da LFU e da Libra na construção do calendário do ciclo 2026–2030;
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Apoio financeiro ampliado às Séries B, C e D, além do futebol feminino;
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Estabelecimento de normas claras e eficazes de Fair Play financeiro.
Atualmente, o modelo de votação da CBF favorece as federações, que têm peso três. Já os clubes da Série A valem dois votos e os da Série B, um. Para registrar uma candidatura à presidência, são exigidos apoios de no mínimo oito federações e cinco clubes.
A expectativa é de que Samir Xaud seja oficializado como presidente da entidade no próximo domingo. Mesmo com a ausência de alguns grandes nomes como o Palmeiras no manifesto, a movimentação dos clubes deixa claro que a pressão por mudanças estruturais no futebol brasileiro está longe de arrefecer.
Fonte: Jogo de Hoje 360