Craque argentino revela que decisão de trocar o Paris Saint-Germain pelo Inter Miami foi uma escolha sem arrependimentos e destaca evolução da Major League Soccer
Messi não renovou com o Paris Saint-Germain e se transferiu para o Inter Miami — Foto: Reuters
Lionel Messi fez uma reflexão sincera sobre sua trajetória recente e admitiu que a fase no Paris Saint-Germain não foi como ele esperava. Em entrevista à Apple Music, divulgada nesta sexta-feira, o argentino analisou a própria carreira, comentou sobre sua forma de atuar e relembrou o momento em que decidiu aceitar a proposta do Inter Miami após dois anos no clube francês.
— Foi uma escolha que precisei fazer porque tive que deixar o Barcelona. Foram duas temporadas onde eu não me senti bem, não curti minha rotina, os treinos e nem os jogos. Foi difícil para mim me adaptar a tudo isso.
— Lionel Messi
O camisa 10 também contou que jogar na Major League Soccer era algo que ele já considerava há um tempo.
— Sempre tive vontade de atuar na MLS. Era algo que me atraía, e a chance de vir para o Inter Miami apareceu em um momento muito oportuno, especialmente depois de tudo que vivi em Paris. O projeto do clube me chamou atenção, era uma equipe nova, em crescimento, e percebi que poderia contribuir com esse processo. Além disso, sabia que Miami seria uma cidade onde minha família e eu seríamos felizes. Senti que era a hora certa e, sinceramente, não me arrependo nem um pouco — afirmou Messi.
Messi vestiu a camisa do PSG entre agosto de 2021 e julho de 2023. Sua saída do Barcelona, onde construiu uma história de 17 anos, não aconteceu da forma que ele gostaria. Segundo o próprio clube catalão, questões financeiras e estruturais impediram a renovação do contrato. Na época, o Barça enfrentava dificuldades para adequar a folha salarial às regras da LaLiga, o que inviabilizou a permanência do argentino.
Messi vai fazer o seu primeiro jogo oficial pelo Inter Miami em 2025 contra o Kansas City — Foto: Getty Images
Após a passagem pelo PSG, Messi assinou com o Inter Miami, movimentando o mercado da bola e atraindo olhares para a MLS. A própria liga comemorou, em comunicado oficial, a intenção do craque em atuar nos Estados Unidos, em uma contratação que colocou o campeonato sob os holofotes internacionais.
Durante a entrevista, Messi fez questão de elogiar a liga norte-americana e mostrou confiança no crescimento contínuo da competição.
— É um torneio muito intenso, físico e com muitos jovens em campo. Os times buscam atacar o tempo todo e fazer gols. O ritmo das partidas é acelerado, o que tem tudo a ver com a cultura esportiva daqui. É uma liga que já evoluiu bastante e que tem muito espaço para seguir crescendo. O que aconteceu com o Inter Miami serve de exemplo para os outros clubes e pode inspirar ainda mais desenvolvimento. Essa foi uma grande chance da MLS mostrar sua força para o mundo.
Messi também aproveitou para falar sobre sua própria evolução como jogador, explicando como sua visão de jogo e sua forma de se posicionar foram mudando ao longo dos anos.
— Fui adaptando meu estilo ao longo da carreira. Comecei jogando mais aberto, depois passei a atuar mais centralizado e, hoje, tenho mais liberdade para me movimentar. Meu foco sempre é criar espaços para mim e para meus companheiros, tentando ser decisivo com assistências ou gols. Desde pequeno, meu objetivo era simples: marcar gols. Dentro de campo, procuro me posicionar bem para ganhar vantagem sobre o adversário. Não consigo prever exatamente o que vai acontecer, mas observo o jogo em tempo real para identificar onde posso ser perigoso e onde o rival pode atacar.
— Costumo imaginar como gostaria que certos lances se desenvolvessem ou como espero que determinadas jogadas terminem. Nem sempre acontece do jeito que planejo, mas essa visualização me ajuda muito na preparação. — explicou Messi.
O Inter Miami, aliás, será um dos representantes da MLS no novo formato do Mundial de Clubes, que estreia em junho deste ano nos Estados Unidos. O time de Messi terá pela frente, na fase inicial, adversários como Palmeiras, Porto e Al-Ahly.
O argentino destacou a importância dessa participação histórica:
— É algo enorme, principalmente para o Inter Miami, disputar o primeiro Mundial de Clubes em solo americano. Ter dois clubes da MLS competindo é muito significativo. Essas oportunidades são fundamentais para que a liga continue crescendo e para atrair mais jogadores. O futebol é bem diferente dos esportes tradicionais daqui, e precisa ser visto de uma forma diferente também. O Mundial pode ser uma grande vitrine para isso.
Fonte: Jogo de Hoje 360