Carille credita vitória do Vasco sobre o Sport ao planejamento contra o Corinthians: "Deu certo"

Escrito em 13/04/2025
Redação Vasco

Técnico destaca que decisões difíceis foram necessárias para manter o time competitivo: "Tudo o que a gente planejou aconteceu"

 



Jogadores do Vasco correm para o banco e para abraçar Carille após gol de Vegetti — Foto: André Durão
 

Após ser alvo de críticas por poupar jogadores na derrota por 3 a 0 para o Corinthians, no último fim de semana, Fabio Carille voltou a sorrir em São Januário. A vitória por 3 a 1 sobre o Sport, neste sábado, pela terceira rodada do Brasileirão, ajudou a amenizar a pressão, e o técnico destacou que a estratégia adotada já está trazendo retorno. Segundo ele, deixar os titulares no banco diante do Corinthians foi parte de um plano que tinha como foco manter a equipe inteira para os jogos contra o Puerto Cabello, pela Sul-Americana, e o confronto deste sábado, ambos em casa.

 

— O grupo está confiante. Não me sinto pressionado internamente. Sou muito claro com meu trabalho. Os diretores acompanham, veem vídeos, veem o que conversamos com os jogadores. Do jogo do Santos para cá, o que planejei deu certo. Se eu não tivesse ganho na terça ou hoje, teria dado errado. Um planejamento da minha cabeça, discutindo e conversando, o que foi feito contra o Corinthians. Se a gente vai com o grupo principal para o Corinthians, não ia estar inteiro na terça nem hoje. A gente está vendo todos os times mudando bastante e a gente vindo de altitude. Graças a Deus deu certo o que planejei. Se não tivesse dado, a responsabilidade seria minha.

 

Carille também fez questão de exaltar a torcida vascaína. Ele relembrou os protestos na partida contra o Puerto Cabello e agradeceu o apoio vindo das arquibancadas neste sábado.

 

— Quero agradecer demais o apoio do torcedor, muito obrigado! Diferentemente do que foi no jogo passado, que com 15, 20 minutos já começaram a vaiar, já começaram a me xingar, enfim, hoje o gol do Vegetti saiu aos 32 e minutos. Antes de sair o gol a gente não vinha bem na partida, o Sport estava melhor, e (a torcida) continuou nos apoiando, então o torcedor é o nosso décimo segundo jogador. Seis jogos desse grupo este ano em casa, seis vitórias. Então é mais uma vez, muito obrigado mesmo pelo apoio, vem junto com a gente, que essa não é uma luta só nossa, é de todos nós. E sabemos que quando ele (torcedor) está com a gente ali, mesmo nos momentos difíceis a gente busca força. E fazer da nossa casa aqui um caldeirão mesmo a nosso favor, e o torcedor faz muito parte disso, então mais uma vez muito obrigado.

 

Com o triunfo, o Vasco chega a duas vitórias em três rodadas e dorme no G-4, ocupando o terceiro lugar com seis pontos — atrás apenas do Palmeiras e empatado com o Juventude, que leva vantagem no saldo de gols. O próximo compromisso será fora de casa, na terça-feira, contra o Ceará, às 21h30 (de Brasília), no Castelão.

 

Análise da Partida

— Sobre o jogo, tudo o que a gente imaginou e planejou aconteceu. O que aconteceu nas características do adversário, as inversões com seus meias, o que a gente projetou da parte ofensiva também aconteceu chegando bem forte pelos lados. Fizemos 3 a 1. Em uma semana onde o Sport não jogou no meio de semana, o Sport não teve jogo no meio de semana e nós jogamos na terça, né? E vai ser assim essa sequência, a gente vai precisar de todo mundo.

 

Conexão com a Torcida

— É resultado e a gente está fazendo por merecer em campo. De 2020 para cá, sabe quantos técnicos passaram pelo Vasco, entre técnicos e interinos? 23. Nenhum teve vida fácil. Muitas vezes não é o Carille, mas quem estiver ali. Tiveram um pouco mais de paciência mas tiveram problema, o Jorginho, que ficou dois meses. Sei da impaciência da torcida, entendo e respeito. Na hora que chegar aqui vou falar: "tem que nos ajudar". Ou como cheguei hoje e agradeci e vou agradecer de novo: "muito obrigado, são muito importantes, fazem parte desta vitória e tem que ser todo jogo assim para que fiquemos mais fortes".

 

Posse de Bola

— Eu não vi o Léo trabalhar no jogo. "O Léo fez três, quatro, cinco defesas"... Não teve! A gente começa bem o jogo. Minutos antes de sair nosso gol, o Sport estava com domínio. Nós não jogamos contra bonecos, tem adversários de qualidade, jogadores que passaram por grandes equipes. O Sport fez uma grande Série B no ano passado. A gente estava bem ali até os 25 minutos, depois a gente se perdeu um pouco no jogo. Uma bola que a gente trabalhou de bola parada, a gente treinou ontem essa situação. A bola passou e o Garré teve qualidade para fazer a bola voltar. E a gente saiu com a vitória.

 

Organização Defensiva

— O Maurício me dá esse comando ali atrás. Lembro de um lateral lá no campo defensivo e a gente lá atrás. Sobe, compacta, era um time que tinha muitos jogadores por dentro girando, se tem espaço acaba facilitando para o Sport. É preciso formar novos líderes, um time que fale mais e se oriente. Não depois que acontece, é falar antes. A gente trabalha, treina, e às vezes ali não consegue passar por causa do barulho da torcida. Então faltou estar mais compacto para bloquear esse meio do Sport.

 

Adson e as Substituições

— O Adson nem foi relacionado para o último jogo por causa de uma dor. Ele está no processo de volta, jogou vinte minutos e não sei como volta amanhã. O Adson ainda está em processo de volta. Treina dois, três dias. Daqui a pouco tem que tirar um para controlar essa dor, é uma lesão que sei que é chata. Sem condições nenhuma de iniciar o jogo ainda, mas espero o quanto antes para a gente ficar com o grupo mais forte. O Garré é mais meia e o Adson, atacante. Ele ainda está no processo. Espero que ele termine bem o jogo hoje, consiga treinar amanhã e viajar com a gente para o Ceará.

 

— O Vegetti pede para sair, disse que estava cansado. A entrada do Rayan foi pela preocupação com a bola aérea. Com o Alex, para que a gente flutuasse, ele saísse dos zagueiros, para que a gente pudesse ter mais jogadores no meio, para ter mais a posse de bola.

 

— Já jogou comigo como 9; (também jogou) pelo lado direito, onde se sente melhor quando não está de 9, e jogou pela esquerda. Depende do jogo. Começar com ele e o Vegetti eu não vejo, mas durante o jogo, sim. Se precisar de resultado, chegar bem pelos lados e ter dois caras na área para terminar a jogada. Mas não vejo começar o jogo com os dois.

 

Rodízio contra o Ceará?

— Vai ser de jogo a jogo. Amanhã os jogadores chegam sem condição de fazer nada, os que iniciaram. Os outros vão para o campo. Na segunda-feira a gente começa a ter uma ideia, quando o cansaço bate e a recuperação. Neste momento, não (definiu se vai poupar). Amanhã a gente começa a conversar e planejar o jogo do Ceará.

 

Leitura do Sport

— Os dois armadores são Sergio e Lucas Lima, a gente se preocupou muito com as flutuações desses atletas. O Lucas pega no lado direito, leva para dentro e a gente quase toma um gol. Sei que o Sport perdeu um pouco por colocar o Chico na esquerda. Mas o Sport faz desde o estadual um 4-3-3 clássico. Com o Pablo como nove, tendo muitos jogadores por dentro para fazer combinação. Com bola, trabalhamos o lado oposto. No primeiro tempo, faltou fazer a bola girar, tirar da esquerda e levar para direita. Basicamente foi o que trabalhei, começar por um lado e terminar pelo outro na parte ofensiva.

 

Payet em Campo

— Jogador com muita qualidade, sabe prender a bola. Pela situação do jogo, Coutinho pede para sair. Ele entrou bem prendendo, fazendo o time jogar. Vai ser muito importante sempre que a gente precisar. Está treinando muito e coloca pressão nos titulares. Isso é bom para o Vasco.

 

Vasco em São Januário

— No último jogo, fizemos um jogo muito bom. Não era um jogo para um a zero, criamos para ser mais. No jogo do Botafogo fomos muito aguerridos. Mas precisamos levar isso para fora também, se quisermos mais. Já falei isso para todo mundo. Ir lá para jogar bem contra o Ceará, é ir lá para buscar vitória, porque é o tamanho do Vasco.

 

Físico e Entrosamento

— Ainda tem jogadores se adaptando, caso do Garré e Nuno. Temos problemas com jogadores de idade. Isso a gente vai ganhando, tem a sequência de jogos também. Jogo contra o Santos, altitude, Corinthians, terça, hoje. Como estamos imprimindo intensidade forte, não é anormal dar uma caída. Só que a gente está entregando a bola fácil. A gente precisa se reorganizar com a bola no pé. Mas isso vai melhorando, os jogadores se entendendo.

 

Sobre as Críticas

— Está meio que geral isso. Meio de semana, o Grêmio ganhou de dois a zero e teve problema lá, a gente está vendo problemas em todos os lugares. Importante é que a gente está cercado por pessoas que sabem o que a gente está fazendo. Fazemos reuniões todo dia. Dentro do nosso CT, não houve dúvidas. Sou muito claro. Na reunião com jogadores, entram várias pessoas que não são jogadores. Vamos ganhando confiança, eles ganham confiança na linha de trabalho. Faz tempo que o Vasco não tem conquista grande, quem sabe não vai ser conosco. Quietinho e a gente fazendo por merecer esse apoio.

Fonte: Jogo de Hoje 360


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