Jogador do Real Madrid afirmou em depoimento que boneco com sua camisa, pendurado em ponte da capital espanhola antes de clássico em 2023, teve motivação racial
Torcedores do Atlético de Madrid ameaçam Vini Jr antes de clássico com Real Madrid — Foto: Reprodução
Em depoimento prestado nesta segunda-feira, o atacante Vinicius Jr., do Real Madrid, revelou ter sentido medo de que sua vida e a de sua família corressem risco após um episódio de cunho racista ocorrido em janeiro de 2023. Às vésperas de um clássico contra o Atlético de Madrid, torcedores rivais penduraram um boneco com a camisa do jogador em uma ponte de Madri, simulando um enforcamento.
— Foi um dia muito triste para mim. Eu não sabia o que ele (o boneco pendurado) queria dizer, se eu e minha família estávamos em perigo — disse Vini Jr., conforme publicado pela agência EFE.
A fala do atleta foi colhida por videoconferência e será utilizada no processo judicial que envolve quatro homens acusados de envolvimento na ação. O julgamento está previsto para começar no dia 16 de junho, no Tribunal Provincial de Madri. O jogador não poderá comparecer pessoalmente, pois estará em compromisso com o Real Madrid no Mundial de Clubes, e por isso o depoimento foi colhido antecipadamente.
Torcedores do Atlético de Madrid ameaçam Vini Jr simulando enforcamento antes de clássico com Real Madrid — Foto: Reprodução
A acusação formal envolve crimes contra os direitos fundamentais, dignidade pessoal e integridade moral, além de ameaça incondicional. O caso tramita no Tribunal de Instrução nº 28 da capital espanhola, com denúncia apresentada pelo Ministério Público, pela Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e pela LaLiga. O MP solicita pena de quatro anos de prisão para os envolvidos e uma indenização de seis mil euros (aproximadamente R$ 38.400) a ser paga ao jogador.
O episódio gerou forte repercussão. Na ocasião, uma faixa com a frase “Madri odeia o Real” — lema de uma das torcidas organizadas do Atlético — foi estendida acima do boneco. As investigações identificaram os suspeitos como membros do grupo Frente Atlético, com idades entre 19 e 24 anos, todos já conhecidos por envolvimento em partidas de risco elevado.
Após o ato, o Real Madrid classificou o episódio como "repulsivo, racista, xenófobo e carregado de ódio", reforçando que agressões desse tipo não devem ter espaço na sociedade. O Atlético de Madrid também repudiou publicamente a atitude e destacou a importância do respeito entre os rivais, apesar da rivalidade. A Liga Espanhola e outras entidades esportivas uniram-se nas manifestações de condenação ao ocorrido.
Fonte: Jogo de Hoje 360