Atacante critica instabilidade no comando técnico e diz que clube vive anos de “transição” sem rumo definido
Declarações de Rashford desagradaram o treinador do Manchester United, Rúben Amorim — Foto: Getty Images
Marcus Rashford, atualmente defendendo o Barcelona por empréstimo, não esconde o descontentamento com a situação do Manchester United — clube que o revelou e onde construiu boa parte de sua carreira. Em sua segunda mudança de equipe em menos de um ano, o atacante fez críticas contundentes à condução do time inglês, que, segundo ele, transformou-se em uma “terra de ninguém” devido à constante troca de treinadores.
— As pessoas dizem que estamos em transição há anos, mas para estar em transição é preciso começar a transição, você precisa elaborar um plano e segui-lo. A transição em si ainda não começou. É aqui que falo sobre ser realista em relação à sua situação. Tivemos tantos treinadores, ideias e estratégias diferentes para vencer que acabamos em terra de ninguém — declarou no podcast The Rest is Football.
O Manchester United teve sua última fase de estabilidade no comando de Alex Ferguson, técnico que permaneceu mais de duas décadas no cargo até 2013. Desde então, sete nomes passaram pela função: David Moyes, Ryan Giggs, Louis van Gaal, José Mourinho, Ole Gunnar Solskjaer, Erik ten Hag e Ruben Amorim. Para Rashford, a falta de continuidade é o grande problema.
— Quando Ferguson estava no comando, não havia princípios apenas para o primeiro time, mas para toda a academia. Todos entenderiam os princípios de jogar ao estilo do Manchester United. Qualquer time que tenha tido sucesso ao longo do tempo tem princípios que exigem que qualquer técnico ou jogador que entre tenha que se alinhar ou contribuir com eles — afirmou.
Apesar de levantar troféus nos últimos anos — como uma Copa da Liga e uma Copa da Inglaterra desde 2017, além de finais de Liga Europa e Supercopa da Uefa — Rashford acredita que essas conquistas são fruto da qualidade individual do elenco, e não de uma gestão sólida.
— Às vezes, sinto que o United estava com fome de vencer, então sempre tentaremos nos adaptar e contratar jogadores que se encaixem no sistema. Mas isso foi uma reação. Se a sua direção está sempre mudando, você não pode esperar ganhar o campeonato. Você pode ganhar algumas copas, mas é porque tem um bom treinador, bons jogadores e vencedores de partidas no seu time — concluiu.
O jogador chegou ao Barcelona em julho, emprestado pelo United até o fim da temporada 2025/26, com opção de compra fixada em 30 milhões de euros (cerca de R$ 195,3 milhões). Antes disso, havia sido cedido ao Aston Villa. Fora dos planos de Ruben Amorim, Rashford integrou uma lista de dispensas que também incluiu nomes como Antony, Alejandro Garnacho, Tyrell Malacia e Jadon Sancho.
Fonte: Jogo de Hoje